A pesquisa Empreendedoras e Seus Negócios 2024, realizada peloInstituto RME com apoio da Rede Mulher Empreendedora, apresenta o perfil das mulheres empreendedoras no Brasil. Com o tema “Economia do cuidado: impactos na configuração da imagem que as empreendedoras têm de si e como isso repercute nas oportunidades dos seus negócios”, a pesquisa, que está em sua 9ª edição, revela que 73% das empreendedoras são mães, dentre essas, 37% são mães solo.
“Desde 2016 nós fazemos essa pesquisa anualmente. Um ponto de destaque: 73% das empreendedoras são mães e mais de 68% afirmam que os filhos vieram antes dela ser empreendedora, o que mostra, claramente, muita resistência no nosso mercado de trabalho em aceitar uma mãe enquanto profissional. Nestes casos, o caminho que resta é o do empreendedorismo”, explica Ana Fontes, empreendedora social e fundadora da Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME.
No que se refere à idade, 60% das empreendedoras têm entre 30 e 49 anos, e 52% possuem ensino superior. No entanto, enquanto 61% das mulheres brancas têm ensino superior, apenas 44% das pretas e pardas atingem esse nível de educação. A maior parte das empreendedoras reside nas regiões Sudeste (45%) e Nordeste (25%), com a menor concentração no Centro-Oeste (5%), Norte (8%), e Sul (16%).
Foto: Divulgação
O recorte por cor/raça mostra que metade das empreendedoras pretas e pardas (49%) fatura até R$ 2.000 mensais, em comparação com 36% das mulheres brancas. Além disso, empreendedoras pretas e pardas enfrentam mais dificuldades financeiras, com 52% delas relatando dívidas, enquanto entre as brancas o índice é de 45%.
Motivações
A pesquisa revela que a busca por independência financeira é a principal motivação para o empreendedorismo, especialmente entre mulheres pretas e pardas (48%), que também veem no empreendedorismo uma forma de aumentar a renda (39%). A flexibilidade de horário foi apontada como um dos fatores mais importantes para as mulheres brancas quando o assunto é iniciar seu próprio negócio (41%).
No tocante à divisão de tarefas, “50% das empreendedoras não recebem nenhum tipo de ajuda na sua casa ou em seu negócio, isso mostra o quanto a empreendedora tem que dar conta de tudo e não é à toa que muitas sentem uma sobrecarga mental grande”, finaliza a empreendedora social.
A Pesquisa IRME 2024 foi executada pela Ideafix Pesquisas Corporativas com metodologia quantitativa, com base em 2.141 respondentes. São 94% das participantes brasileiras, enquanto 5% são estrangeiras, em sua maioria venezuelanas não refugiadas. A coleta de dados ocorreu entre agosto e setembro de 2024, utilizando metodologia híbrida, com auto preenchimento online, entrevistas presenciais e telefônicas.
Sobre a RME
Primeira e maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil, a RME (Rede Mulher Empreendedora) existe desde 2010 e já impactou mais de 10,5 milhões de pessoas. Criada pela empreendedora social Ana Fontes, visa apoiar mulheres na busca por autonomia econômica e geração de renda através do empreendedorismo, empregabilidade, programas de aceleração e acesso à capital.
A RME promove eventos anuais, como a Mansão das Empreendedoras e o Festival RME, e eventos recorrentes como o Plantão de Mentoria, o Café com Empreendedoras e a Rodada de Negócios. Entre seus programas homônimos estão o RME Acelera, com foco em aceleração de startups, e o RME Conecta, que, após processo de certificação, conecta negócios de mulheres com grandes empresas para negociação e fornecimento B2B.
Em 2017, Ana Fontes resolveu ampliar seus objetivos e criou o Instituto Rede Mulher Empreendedora, focado na capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Sobre o Instituto RME
Fundado em 2017, o Instituto Rede Mulher Empreendedora, apoia e auxilia projetos e iniciativas que empoderam mulheres em situação de vulnerabilidade social, incentivando a independência financeira e o poder de decisão pessoal. Acreditamos que quando uma mulher é empoderada financeiramente, ela não muda só a realidade de sua família, mas também a da sociedade, pois quando elas possuem negócios que dão certo, investem em suas comunidades, especialmente, para ocorrer um contínuo desenvolvimento, pois acreditam no poder colaborativo para melhorar o mundo.
Entre os dias 14 e 16 acontece o ‘Aliança Global Festival’ reunindo 30 grandes artistas para promover o engajamento contra a Fome e a Pobreza. A TVE transmite os shows ao vivo e com exclusividade, de quinta-feira (14) até sábado (16), a partir das 19h. A programação de shows para os três dias inclui baianos como Daniela Mercury, Roberto Mendes, Margareth Menezes, Mateus Aleluia, Larissa Luz, Rachel Reis, Mariene de Castro, Aguidavi do Jêje e Afrocidade.
Na quinta-feira (14), o tema é ‘Muito Obrigado Axé’, reverenciando o legado da cultura negra. A sexta-feira (15) é o dia do samba e da MPB, com o tema ‘O Show Tem Que Continuar’. E encerrando o evento, o sábado (16) tem o tema ‘Pro Dia Nascer Feliz’, trazendo um encontro de diferentes gerações de artistas.
Celebrando a diversidade da cultura brasileira, o Aliança Global Festival quer engajar a sociedade no compromisso do Brasil de liderar a Aliança Global em defesa de um mundo sem fome e pobreza, com transição energética, justiça climática e uma representação menos desigual. O compromisso do país em construir uma rede colaborativa e de impacto duradouro, envolvendo países, organizações e cidadãos na luta pela justiça alimentar também é umas das mensagens centrais do encontro.
O evento está alinhado aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), e antecede a Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, que ocorre simultaneamente à Cúpula Social do G20. O Aliança Global Festival Contra Fome e a Pobreza é uma realização do Governo do Brasil, com correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e Serpro. Conta com a parceria do Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal (CEF), Itaipu, Petrobras, Prefeitura do Rio de Janeiro, Única, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Programação
14/11 (quinta-feira), às 19h:
Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Seu Jorge, Larissa Luz, Mateus Aleluia, Rachel Reis, Rita Benneditto, Roberto Mendes, Afrocidade, Aguidavi do Jêje e Ilessi.
15/11 (sexta-feira), às 19h:
Zeca Pagodinho, Maria Rita, Mariene de Castro, Pretinho da Serrinha, Roberta Sá, Teresa Cristina e Marcelle Mota.
16/11 (sábado), às 19h:
Alceu Valença, Fafá de Belém, Ney Matogrosso, Jaloo, Jota.Pê, Jovem Dionísio, Kleber Lucas, Lukinhas, Maria Gadú, Romero Ferro e Tássia Reis.
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Serviço:
TVE transmite Aliança Global Festival Contra a Fome e a Pobreza
Quando: quinta-feira (14), sexta-feira (15) e sábado (16), às 19h.
Com realização dos coletivos Barravento e Instituto Comunidade Sustentável, a FliConquista tem patrocínio do Governo Federal, a partir de emendas parlamentares do deputado federal Waldenor Pereira (PT); do Governo do Estado da Bahia, através do mandato do deputado estadual Zé Raimundo (PT) e do Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/ Secretaria de Educação da Bahia.
Estiveram presentes o deputado federal Waldenor Pereira (PT), o chefe de gabinete da Fundação Pedro Calmon, Caruso Costa, Isaac Bomfim, presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), representando o deputado estadual Zé Raimundo (PT); a coordenadora do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, Vitória Vieira; a professora Lenira Figueiredo, diretora do Núcleo Territorial de Educação (NTE 20), representando a secretária de Educação da Bahia, Rovena Brito; o professor Felizardo Rocha, diretor geral do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologias da Bahia – IFBA (Vitória da Conquista); a professora Cleide Pinheiro, pró-reitora de extensão da Universidade Estadual do Sudoeste Bahia – UESB, representando o reitor Luís Otávio de Magalhães; a técnica em projetos culturais, Lena Freitas e a bibliotecária, Darcy Nazaré, representando o SESC.Além disso, Arnaldo Pereira, representou o Coletivo Barravento e Ana Paula Guimarães, o Instituto Comunidade Sustentável, como sua presidente.
A Feira Literária de Vitória da Conquista (2024), realizada entre os dias 13 e 17 de novembro, conta com o patrocínio do Governo Federal e do Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/ Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, e apoio do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
A Bahia conquistou novamente a Capag A, nota máxima concedida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para a Capacidade de Pagamento de estados e municípios. O reconhecimento quanto à solidez das contas públicas baianas ampliou-se agora, já que o Estado também obteve a Nota A+, nova categoria criada pelo Tesouro Nacional para conferir destaque especial aos entes federativos que alcancem o duplo A, para a Capag e a Qualidade da Informação Contábil e Fiscal. As informações constam em nota técnica encaminhada à Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA), no último dia 11, pela STN, órgão pertencente à estrutura do Ministério da Fazenda.
O Tesouro Nacional avaliou as contas do Estado em 2023 sob o ponto de vista da dívida pública, da poupança corrente e da liquidez, e concluiu mais uma vez pela qualificação da Bahia como Capag A, com validade para o ano de 2025. A outra qualificação máxima obtida pelo Estado da Bahia nos últimos meses, e que concorreu para a obtenção na nova Nota A+, reflete a pontuação de 97,15% de acertos no Indicador da Qualidade da Informação Contábil e Fiscal – ICF, elaborado a partir da análise das informações fornecidas por estados e municípios para alimentar o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).
“Nosso compromisso é fazer o máximo em benefício do povo baiano, e para isso a diretriz é garantir a saúde das contas estaduais para que o governo continue investindo e garantindo a entrega de obras e serviços em toda a Bahia”, avalia o governador Jerônimo Rodrigues.
Para o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório, a Nota A+ do Tesouro Nacional atesta que o perfil de gestão fiscal da Bahia está entre os mais bem estruturados do país. “Temos seguido a orientação do governador Jerônimo Rodrigues no sentido de mantermos o equilíbrio fiscal em paralelo à garantia de recursos para atendimento às demandas da população, em especial no que diz respeito aos investimentos”, afirma o secretário.
Baixo endividamento
Vitório cita o exemplo da dívida pública, um dos indicadores avaliados pela STN: a Bahia encerrou o período de janeiro a agosto deste ano com a dívida equivalendo a 35% da receita, similar ao registrado no ano de 2023, que foi de 36%. A estabilidade deste indicador em baixo patamar na Bahia, a despeito das recentes contratações de novas operações de crédito para investimento, demonstra as plenas condições das finanças estaduais para assegurar o cumprimento dos seus compromissos, observa o secretário.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a Dívida Consolidada Líquida (DCL) não deve ultrapassar o limite de 200% da Receita Corrente Líquida (RCL). A situação baiana ficou em contraste com a dos maiores estados do país, que apresentaram dívidas acima de 100% da receita: a do Rio de Janeiro, que encerrou o quadrimestre em 200%, atingiu o teto, e a do Rio Grande do Sul ficou próxima, com 183%. Já o endividamento de Minas Gerais chegou a 156%, e o de São Paulo, a 120%.
Investimentos
Com as contas em dia, o Estado da Bahia mantém o ritmo forte de investimentos em 2024, com R$ 6,07 bilhões em valores empenhados para esta finalidade até outubro. De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-Ba), deste total, R$ 5,54 bilhões, o correspondente a 93% dos desembolsos, foram destinados às prioridades da atual gestão: a infraestrutura e a área social.
Levantamento realizado pela Sefaz-Ba com base nos dados do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), demonstrou que nos dois primeiros quadrimestres do ano a Bahia segue sendo superada apenas por São Paulo em volume total de investimentos, como vem ocorrendo desde 2015.
A maior parte dos investimentos realizados até agora, lembra o secretário, vêm sendo feitos com recursos próprios, já que apenas recentemente a Bahia voltou a contratar novas operações de crédito. O Estado havia sido prejudicado por mudanças nas regras para obtenção do aval da União para estes financiamentos, mas conseguiu retomar este direito ao demonstrar o quadro de equilíbrio e estabilidade das suas contas públicas.
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional anunciou a assinatura de novos termos de compromisso para a implantação de novos sistemas, com investimento de R$ 75,6 milhões, com recursos do Novo Programa de Aceleração de Crescimento, Novo PAC.
Por Brasil 61
Em meio ao IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce, realizado nesta terça-feira (13), em Aracaju (SE), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou a assinatura de novos termos de compromisso para a implantação de novos sistemas de dessalinização nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Sergipe. Um investimento de R$ 75,6 milhões, com recursos do Novo Programa de Aceleração de Crescimento, Novo PAC.
A iniciativa faz parte do Programa Água Doce, do Governo Federal, que tem como objetivo instalar sistemas de dessalinização em regiões com escassez hídrica. Até o momento, o programa já beneficiou mais de 262 mil pessoas em todo o semiárido, com a implantação de 1.053 sistemas.
“Hoje programa completou 20 anos, começou no governo do presidente Lula em 2024, e sobre a orientação dele e do ministro Waldez Góes, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, ele foi reincluído no novo PAC que está viabilizando esse evento de onde a gente vai estar firmando novas parcerias com os estados para que nos próximos anos a gente possa repassar e investir nessa agenda mais de 100 milhões de reais”, lembrou o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira. “Então é um processo em que a comunidade, de fato, cria pertencimento com aquele sistema de dessalinização, ela que vai fazer a gestão”, completou o secretário.
A Diretora de Revitalização e Planejamento em Segurança Hídrica do MIDR, Fernanda Ayres, avalia que o programa tem trazido, acima de tudo, dignidade para a população atendida. “O programa está completando 20 anos e durante esse tempo a gente verifica o quanto a disponibilidade da água de qualidade tem impacto na vida das pessoas. O programa tem feito muitas comunidades desenvolverem atividades em razão dessa disponibilidade, então começaram a produzir alimentos para vender, e isso traz um retorno financeiro, ou seja, isso aumenta a dignidade na vida das pessoas”, destacou.
O secretário de Agricultura de Sergipe, Zeca da Silva, considera que dessalinizar a água salobra atende principalmente as comunidades longínquas. “Dessalinizar para poder assistir essas pequenas comunidades e, quando há excedente de água, fazer uma pequena irrigação para uma agricultura de subsistência ou atender os animais. Então, no final de tudo isso, é trazer saúde e dignidade para as pessoas “, comemorou o secretário.
Durante o evento, os participantes tem a oportunidade de discutir os principais desafios enfrentados na implementação do programa, compartilhar experiências exitosas e apresentar novas propostas para aprimorá-lo. Além disso, serão realizadas visitas técnicas a sistemas de dessalinização já instalados no município de Poço Verde (SE), permitindo aos participantes conhecer de perto a realidade das comunidades beneficiadas.
A ação marca mais um passo importante sobre o futuro do programa e a importância da água para o desenvolvimento sustentável do semiárido. “A parceria entre os entes federativos é fundamental para o sucesso do Programa Água Doce. Juntos, podemos superar os desafios e garantir a sustentabilidade dos sistemas de dessalinização a longo prazo”, disse o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.
“E essa aproximação junto a estados e municípios é uma ação que tanto o presidente Lula quanto o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, sempre nos pedem. Pois eles sabem a realidade e a necessidade de cada comunidade”, destaca o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.
Programa Água Doce
O programa Água Doce foi lançado em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem por objetivo garantir uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas salobras e salinas, no semiárido brasileiro. Para isso, é preciso estabelecer cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização, levando-se em consideração a presença de sais nas águas subterrâneas dessa região.
Acaba de chegar à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) o Projeto de Lei do Executivo que vai contemplar uma reivindicação antiga das comunidades agrícolas baianas: o PL que “Institui o Programa Estadual de Apoio Técnico-Financeiro às Escolas Família Agrícola – EFAs e Casas Familiares Rurais – CFRs do Estado da Bahia.
Esta iniciativa está sendo comemorada especialmente pelo deputado estadual Zé Raimundo, que responde interinamente pela Presidência da ALBA. “Eu e o deputado federal Waldenor Pereira estamos muito satisfeitos com mais esta iniciativa do governador Jerônimo Rodrigues, especialmente porque atuamos historicamente em defesa das EFAS e temos recebido muitas ligações e mensagens das lideranças locais nos agradecendo pelo apoio a mais este benefício”, comentou Zé Raimundo.
Da atuação histórica dele e do deputado Waldenor Pereira para fortalecer a educação no campo, Zé Raimundo computa entre os resultados positivos a implantação do primeiro curso de Agroecologia do Brasil. Em nível de licenciatura, o curso teve início em 16 de julho de 2024, no município de Riacho de Santana, nas instalações da Faculdade de Agroecologia do Pequeno Agricultor, vinculada à Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia(Aecofaba).
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Agora o PL Nº 25.586/2024, publicado no D.O do Legislativo no último dia 13 de novembro, traz novas conquistas, avalia, pois define que o programa de apoio técnico a ser instituído consiste em projetos e ações integrados de iniciativa comunitária para proporcionar, em caráter suplementar, educação nos níveis fundamental e médio, educação profissional e formação inicial e continuada a adolescentes, jovens e adultos no campo.
Através da nova lei a ser apreciada, o governo do estado poderá firmar convênios, termos de cooperação técnica e similares com entidades sem fins lucrativos mantenedoras das escolas de famílias agrícolas visando contribuir para a manutenção e o funcionamento das EFAs ou CFRs do Estado da Bahia. Caberá ao Executivo também a função de “fiscalizar a correta aplicação dos recursos repassados e analisar a prestação de contas de modo a contribuir para que as EFAs ou CFRs do Estado da Bahia possam atingir os objetivos da educação do campo”.
Também será encaminhado, anualmente, à Secretaria da Educação, cadastro atualizado das EFAs ou CFRs, das quais sejam mantenedoras, contendo dados relacionados aos alunos, professores e demais funcionários administrativos, equipamentos, demandas, iniciativas didático-pedagógicas e outras informações necessárias ao acompanhamento das Escolas.
O Programa será subsidiado por recursos orçamentários específicos das Secretarias da Educação, do Meio Ambiente, de Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura e de Desenvolvimento Rural, bem como por recursos provenientes de transferências a estas Secretarias de Programas de fortalecimento institucional do Estado.
A Pacificação do Conceito “Bioeconomia”e a Qualidade do Futuro
Por Fernando Barros e Drª Valdiva Rossato de Souza
A liberdade de expressão é um dos mais relevantes dos direitos da humanidade. Não pode ser, por óbvio, o um direito transferível para robôs. No primeiro caso, assessora o direito democrático de manifestação da opinião de todos os envolvidos no entendimento social, independentemente do tamanho do grupo e de sua representatividade. No segundo caso, via de regra, os algoritmos trabalham a serviço de um poder econômico, hoje com capacidade exponencial de influenciar comportamentos e agendas em escala universal. Nesta nova Era da Informação, desenvolver mecanismos que a separam a mentira da verdade passou a ser vital, A contabilidade do impacto social, econômico e ambiental nas decisões de gestão pública e privada define responsabilidades e acende um holofote sobre o que estamos ganhando, ou perdendo, com as decisões adotadas. No tempo presente, agora, já…
O alarme apocalíptico sobre o que vai acontecer em 2100 não tem movido as sociedades, não gera produção social de sentido, nem turbina os processos decisórios e políticos. Se não for tangível, a ficha não cai. No Brasil, a tragédia das enchentes registradas no começo de maio (2024) no estado do Rio Grande do Sul não serviu para acionar a tomada de providências para prevenir a crise programada das queimadas em setembro. Diante do incêndio generalizado do patrimônio natural, continuaram inertes os poderes públicos e a representação privada organizada de um País agro dependente, ou seja cujo futuro está umbilicalmente atrelado a qualidade da gestão da natureza. Esse quadro esquizofrênico produziu uma brincadeira tragicômica entre os jornalistas da grande mídia: “o Brasil está em Mad Max; Brasília está em Nárnia”.
Seria um grave equívoco aqui repetir o diagnóstico simplório que culpabiliza governos e agentes privados no contexto da disputa por espaços de poder. A questão não é brasileira. É planetária. É produto direto da falta de um canal direto entre Ciência e Cidadania, que possibilite traduzir complexidades compreensíveis para poucos em produção social de sentido. Ou, o que tudo isto tem a ver com o cotidiano, com a vida das pessoas.
O fato é que, num mundo polarizado, os mais relevantes cenários de alerta acabam convertidos em munição para o debate “preto ou branco: das Redes Sociais.
Em Palo Alto, o empresário da área de tecnologia Patick Collinson e o economista Tyler Cohen iniciaram um movimento em favor da criação de uma disciplina voltada para traduzir complexidades científicas em valores civilizatório compreensíveis pela cidadania leiga.
No Brasil, só 8% da população produz ou compreendem dados complexos. Mesmo o mais tenebroso fim do mundo não mobilizará os 92% restantes se o alerta vier em linguagem técnica e científica.
A produção da melhor verdade passou a ser um exercício muito caro, complicado e por muitas vezes doloroso para quem o pratica. Num momento em que a degradação do grau de influência da Ciência sobre as sociedades é patente, contribuir para valorizar e preservar o método científico é crítico para os que preferem o debate social orientado por fatos, e não por crenças.
Por isso tão importante valorizar o método, quase nunca incensado, exibido ou debatido pela ótica de sua beleza ímpar: o pesquisador traz uma hipótese que pode ser vir a ser confirmada em tese. Esta, porém, no momento imediatamente seguinte estará sujeita à revisão coletiva e permanente dos pares. É um moto continuo de validação e aprimoramento do conhecimento.
Na leitura do filósofo Zigmunt Baumann, o marco a partir do qual o método passou a guiar a evolução da trajetória civilizatória humana foi a tragédia de Lisboa, em 1755 – terremoto, incêndio e tsunami, tudo ao mesmo tempo. Ali o Divino foi substituído pela Ciência.
E por que a tragédia climática ainda não se transformou num “turning point”, no elemento central de uma repactuação de ajustes planetários? Não parece óbvio que é a existência que está em jogo? Por que permitimos a crença e o divino retornarem às instancias do poder 3 Séculos depois?
A realidade cognitiva explica isso, pelo menos em parte…
O fenômeno climático é global e sistêmico. Quando uma das suas manifestações extremas atinge um ponto específico do território não invoca necessariamente na percepção leiga a necessidade de respostas globais e supranacionais. Muitas vezes, nem o que acontece no município vizinho: no celular, as imagens viram produto de consumo efêmero.
Por isto é indispensável produzir indicadores confiáveis perante a opinião pública e defender a integridade de um conceito tão valioso quanto o da bioeconomia.
É preciso fazer conta, recorrer à contabilidade, para considerar os impactos socioambientais internos e externos (externalidades) às atividades econômicas.
Hoje, não raro, agentes econômicos se movimentam contra Soluções Baseadas na Natureza sem perceber que minam a própria sobrevivência e competitividade.
Em função de uma estrutura econômica em processo evolutivo constante, surgem novos empreendimentos concorrentes a cada dia, fazendo com que os já existentes sejam levados a aprimorarem seus processos produtivos e tecnológicos e, também, passa a existir um gradual aumento da exploração de recursos naturais.
Esta visão de desenvolvimento, com vistas apenas às estruturas patrimoniais internas e a otimização de seus resultados, deixa de contemplar fatores externos, tais como, desenvolvimento social da comunidade como um todo, e o nível de utilização de recursos ambientais realizado pelo desenvolvimento das atividades econômicas.
Para que haja o aprimoramento dos processos produtivos empresariais, com vistas ao desenvolvimento econômico, faz-se necessário que sejam aperfeiçoadas também as condições sociais de empregabilidade, com geração de emprego e renda às pessoas envolvidas, bem como, a minimização de impactos ambientais ocasionados ao meio ambiente pelo desenvolvimento das atividades empresariais.
Bioeconomia, a porta de saída. Urge Preservar um Conceito Extraordinário
A Bioeconomia (o setor agroindustrial) movimentou US$13,5 trilhões em 2023. A agregação de valor (indústria e serviços) a partir da base biológica (produtos agrícolas) injeta na antecipação do cenário das próximas décadas um otimismo raro no ambiente de crises as mais diversas que vivenciamos.
Nessa acepção, trata-se do espaço econômico, social e ambiental onde interagem as atividades exercidas a partir dos insumos de base biológica. É o espaço onde evoluem as propostas de desenvolvimento sustentável conceituadas pela governança ESG.
Mas, em mega velocidade, as palavras podem perder o significado antes de existirem plenamente no dia a dia do falar das pessoas.
No debate em Rede o conceito bioeconomia vem sendo tragado pela customização ideológica. Ora, é interpretado como uma nova versão para o extrativismo, que exclui sistemas produtivos baseados em organização das cadeias. Ora, como uma nova embalagem para continuarmos produzindo alimentos e energia sem os ajustes obrigatórios.
É preciso avançar na conceituação. Por esta razão, o Fórum do Futuro abre seus debates nacionais e globais com a atualização e resgate de duas contribuições que ajudaram a definir o trajeto do desenvolvimento mundial nas últimas décadas: as de Gro Harlem Brundtland e de Alysson Paolinelli.
A Primeira-Ministra da Noruega era chefe da comissão de meio ambiente da ONU, quando, em 1987, lançou o conceito de desenvolvimento sustentável, através do documento “O Nosso Futuro Comum”. Nele, argumentava que os pilares “Social” e “Ambiental” da trilogia só seriam alcançáveis se as proposições viessem apoiadas em viabilidade econômica.
Fica mais claro entender o propósito ao olharmos para a Amazônia, que muitos preferem intocada (quando existem Ciência e tecnologias sustentáveis para o seu uso sustentado) diante dos 28 milhões de expectadores que habitam a região, hoje recordista de miséria e fome no Brasil.
Paolinelli acrescenta ao diálogo a visão segundo a qual promover a inclusão social, tecnológica e digital das dezenas de milhões de produtores rurais tropicais é uma oportunidade que a História oferece para enfrentar o desafio climático e ao mesmo tempo conter os movimentos migratórios.
Em suma, urge acrescentar as “Pessoas” ao conceito. É como pretende o Banco Mundial, cujo foco principal é a geração de empregos dignos. Sem organização das cadeias produtivas em busca da eficiência e da sustentabilidade, a receita daqueles dos luminares da História desanda.
Bioeconomia em sistemas agroindustriais
As informações de processos em Bioeconomia precisam ser integralizadas ao contexto Econômico, Ambiental, Social e de Governança (EASG) das entidades, sejam elas da iniciativa privada, entes públicos ou do terceiro setor da economia – todos de fato regidos pela viabilidade econômica. Portanto, a sustentabilidade ambiental das atividades e a dignidade social dos envolvidos não compõem a visão tripartite da institucionalização da visão e dos protocolos.
Neste sentido, a sociedade deve se preocupar em fomentar a produção de novos modelos econômicos que possibilitem a exploração de recursos naturais de maneira sustentável, contribuindo assertivamente para a descarbonização. Onde é possível: gerar valor agregado aos produtos, criar empregos e contribuir para metas ambientais por meio de atividades de baixo impacto, através de minimização da extração de recursos naturais não renováveis.
De acordo com a definição adotada pela Cúpula Global de Bioeconomia de 2020, o termo bioeconomia refere-se “a produção, utilização, conservação e regeneração dos recursos biológicos, incluindo os conhecimentos relacionados, a ciência, a tecnologia e a inovação, para fornecer soluções sustentáveis (informações, produtos, processos e serviços) em todos os setores econômicos e facilitar uma transformação para uma economia sustentável”.
Porém, o que se observa nos últimos anos é que o conceito de bioeconomia está evoluindo para práticas sustentáveis em Sistemas Agroindustriais, com foco no sequestro de carbono e na utilização de biomassa renovável. Neste sentido, a bioeconomia pode ser um elemento catalizador na abordagem da crise climática. Este modelo visa fornecer soluções sustentáveis para diversos setores econômicos, facilitando a transição para uma economia mais verde e eficiente.
Uma das maiores preocupações, em nível mundial, em prol da sustentabilidade do planeta, caracteriza-se pela iniciativa em buscar reduções nas emissões de gases nocivos existentes na atmosfera.
Desta forma, para a implementação do conceito de bioeconomia deve-se ter em mente que a ciência, a tecnologia e a inovação (a exemplo dos sensores remotos e plataformas automatizadas), passam a desempenhar papéis cruciais no apoio ao incremento de informações precisas, em tempo quase real, de estimativas de Emissões e Sequestros de Gases do Efeito Estufa (GEE’s) na atmosfera. Passa pela produção, utilização, conservação e regeneração de recursos biológicos (Economia Circular) a serem adotados nos processos produtivos agroindustriais.
O monitoramento contínuo e a adaptação de estratégias também são necessários para garantir um futuro mais sustentável, seja especificamente para a Amazônia, seja a nível global.
Neste contexto, a bioeconomia deve ser vista como uma oportunidade de repactuação global, onde sustentabilidade econômica, social e ambiental caminham juntas. O que está em jogo é a sobrevivência do planeta e das gerações futuras.
Em suma, a bioeconomia não só impulsiona o desenvolvimento sustentável, como também promove a preservação do meio ambiente e a dignidade social de todos os envolvidos. Sua implementação bem-sucedida depende da união entre ciência, tecnologia e governança, sempre com o objetivo de criar um futuro mais sustentável e justo.
O conceito de bioeconomia é uma porta de saída para os desafios globais contemporâneos. O desenvolvimento sustentável depende da capacidade de combinar a ciência e a prática de maneira tangível, que ressoe com o cotidiano das pessoas. No Brasil e no mundo, essa transformação pode ser o fator decisivo para garantir a prosperidade das futuras gerações e a preservação do planeta.
*Fernando Barros – Jornalista, especializado em Comunicação Estratégica”; Diretor Executivo do Instituto Fórum do Futuro*Drª Valdiva Rossato de Souza. Unemat – Universidade do Estado de Mato Grosso, Departamento de Ciências Contábeis. Sinop – MT. valdiva.rossato@unemat.br