POR REDAÇÃO JS (redacao@jornaldosudoeste.com)
A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (16) a sétima fase da Operação Overclean. A ação investiga uma organização criminosa suspeita de fraudes em Licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos seis Mandados de Busca e Apreensão, além de Medidas Cautelares de Afastamento de Agentes Públicos e sequestro de bens supostamente obtidos de forma ilícita. As diligências ocorreram na Bahia – em Salvador, Riacho de Santana e Wenceslau Guimarães – e no Rio de janeiro – Arraial do Cabo. As ordens foram expedidas pelo ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal.
Prefeitos na mira
O prefeito de Riacho de Santana, João Vitor Martins Laranjeira (PSD), um dos alvos da Operação, além de ter sido afastado do cargo por tempo indeterminado por decisão do Supremo Tribunal Federal, também foi submetido a mandados de Busca e Apreensão em sua residência e na sede da Prefeitura Municipal. João Vitor Martins Laranjeira (PSD), que estava em Salvador, foi ouvido na Superintendência da Polícia Federal e liberado. Ele é apontado, pela Polícia Federal, como sócio político e empresarial do deputado federal Adalberto – Dal Barreto – Rosa Barreto (União Brasil), alvo da fase anterior da operação, deflagrada na terça-feira (14). Na ocasião, foram cumpridos Mandados de Busca e Apreensão em imóveis ligados ao parlamentar, incluindo uma casa de luxo e um Posto de Combustíveis. Dal Barreto teve o celular apreendido no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, quando embarcava para Brasília.
Em Wenceslau Guimarães, o prefeito Benedito Gabriel (Gabriel de Parisio) de Andrade Gomes, do MDB, também foi alvo de Busca e Apreensão. Ele acabou preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, sendo liberado após pagamento de fiança.
Esquema milionário
A Operação Overclean foi iniciada em 2023 para desarticular uma rede de empresas de fachada e “laranjas” que atuava em conluio com servidores públicos. Segundo a Polícia Federal, o grupo direcionava recursos de emendas parlamentares para contratos superfaturados, desviando os valores excedentes. Estimativas divulgadas no último mês de abril apontam que cerca de R$ 1,4 milhão foram movimentados por meio de obras e serviços fraudulentos.
Outro lado
O prefeito afastado de Riacho de Santana, João Vitor Martins Laranjeira (PSD) não foi localizado pela reportagem do JS para comentar o afastamento. Fontes próximas ao gestor, sob reserva, afirmam que ele está tomando medidas legais para reverter a decisão e provar sua inocência, destacando sua gestão como transparente e voltada ao desenvolvimento local.
O deputado Adalberto – Dal Barreto – Rosa Barreto (União Brasil), em nota à imprensa, declarou que ainda não teve acesso ao Inquérito Policial, mas está à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações. Ele reafirmou confiança nas Instituições e garantiu que sua conduta sempre foi pautada pela legalidade.
O prefeito de Wenceslau Guimarães, Benedito Gabriel (Gabriel de Parisio) de Andrade Gomes, do MDB, por sua vez, negou envolvimento nas irregularidades e afirmou que a ação da Polícia Federal em sua residência teve caráter apenas documental. Sobre a arma apreendida, disse tratar-se de herança familiar devidamente registrada. Em nota, garantiu que os recursos de emendas parlamentares permanecem intactos nas contas do município, sem movimentação ou execução.
Foto Capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil
