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Dia Mundial da Tuberculose: conscientização e prevenção podem salvar vidas

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Especialista do CEJAM alerta que, embora tratável e curável, a doença infecciosa é a segunda mais mortal do mundo

Por: Missieli Rostichelli/Agência Máquina CW

No Dia Mundial da Tuberculose, celebrado em 24 de março, o CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” reforça a importância da disseminação de informações acerca da proliferação e prevenção da doença, visando aumentar a conscientização da população sobre o impacto à saúde e intensificar os esforços de combate à essa epidemia global.

Conforme a Dra. Ana Carina Serfaty, infectologista no Hospital Geral de Carapicuíba, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa transmitida de forma direta de pessoa a pessoa, por micropartículas expelidas durante a fala, espirro ou tosse. Ao inalar as micropartículas, o bacilo da microbactéria segue pelas vias áreas e atinge os pulmões, podendo atingir também outros órgãos, como rins, meninges e ossos.

A bactéria da TB é a Mycobacterium tuberculosis, podendo ser causada, mais raramente, por outras espécies agentes, como Mycobacterium bovisM. africanum e M. microti.

“A tuberculose é uma doença passível de prevenção e com tratamento eficaz e, ainda assim, segue como um grande problema de saúde pública. Em 2021, o Brasil realizou cerca de 82.680 notificações de novos casos e retratamento, de acordo com dados epidemiológicos do Ministério da Saúde”, destaca a médica.

Os principais sintomas, de acordo com a especialista, são tosse por mais de duas semanas, podendo ser seca ou, em alguns casos, com catarro, febre baixa, sudorese, cansaço, dor no peito e perda de peso. É recomendado que toda pessoa com sinais respiratórios por um período maior a duas semanas seja investigada por um profissional.

“Os adultos do sexo masculino são os mais acometidos, porém, vale ressaltar que é uma doença que atinge todas as faixas etárias. Em 2021, segundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), os homens representavam 56,5% da carga de TB, enquanto as mulheres adultas, 32,5%, e as crianças, 11%. Muitos casos novos da doença são atribuídos a alguns fatores de risco, como desnutrição, infecção por HIV e outras imunossupressões induzidas ou primárias, etilismo, uso de drogas ilícitas, condições socioeconômicas precárias, tabagismo, doença renal crônica dialítica e diabetes”, pontua Dra. Ana Carina.

O diagnóstico é clínico, considerando os sinais e sintomas; laboratorial, através da análise de secreções corporais, sendo o escarro um exemplo, e por meio de exame de imagem radiológico ou tomográfico. Quando necessário, pode ser utilizado outros exames auxiliares, como diagnóstico PPD, Igra, broncoscopia e biópsia pulmonar.

Para prevenção da tuberculose, a infectologista reforça a importância da aplicação da vacina BCG em crianças, pois ela previne a forma mais grave da doença. Já o contágio pode ser evitado com a orientação aos infectados para o seguimento adequado do tratamento, diagnóstico precoce e rastreio de contactantes, além de melhorias nas condições de vida da população, pois a enfermidade está associada às más condições socioeconômicas e sanitárias.

O tratamento é prolongado e pode durar de seis meses a um ano. As medicações são fornecidas pelo Ministério da Saúde de forma gratuita, através do SUS (Sistema Único de Saúde).

“Existem diversas barreiras que implicam na adesão ao tratamento da tuberculose. Dentre elas, podemos citar o tempo prolongado, os eventos adversos que podem ocorrer durante a terapia, mudanças de domicílios e perda do seguimento ambulatorial, além de outros fatores que estão relacionados à má-adesão ao tratamento, podendo favorecer o desenvolvimento da tuberculose multirresistente, uma forma da doença que não responde ao esquema terapêutico inicial”, afirma a médica.

Nesse sentido, a adesão e conclusão do tratamento são aspectos fundamentais para a cura da doença e recuperação da qualidade de vida do paciente.

Foto de Capa: Freepik

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