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Evolução da Paternidade: Do Provedor Ausente ao Cuidador Presente

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Mudanças nos Papéis Paternos ao Longo do Tempo e a Crescente Importância do Afeto

Por Misael Freitas/ LC Agência de Comunicação

No início do século XX nos Estados Unidos, a figura paterna estava ligada principalmente à capacidade de gerar descendência. Porém, ao longo das décadas, a percepção da paternidade passou por uma significativa metamorfose, incorporando novos contornos na sociedade.

O palco do “Dia dos Pais de Família” em Nova Iorque, 1939, trouxe Carmen Miranda entoando canções que refletiam mudanças nas ideias sobre paternidade. Hollywood já não mantinha em segredo o fato de galãs também serem pais orgulhosos, como apontado pela revista O Cruzeiro na época.

Esse período marcou o início de um movimento que adicionaria charme à figura paterna, possivelmente um processo de humanização da identidade masculina. Memórias como o gesto de Bebeto, homenageando o filho recém-nascido durante a Copa de 1994, vêm à mente.

De então em diante, as expectativas quanto à paternidade se expandiram consideravelmente. Ser apenas um provedor ausente já não é suficiente. Mesmo os pais participativos não escapam de escrutínios. Como ilustrado na letra da música “Pai” por Fábio Júnior, a expectativa ultrapassa a mera amizade paterna, buscando um vínculo mais profundo.

O verdadeiro compromisso emocional é agora uma necessidade paterna. No entanto, essa demanda por afeto contrasta com a imagem do “pai herói” idealizado. Quando observado de perto, as falhas paternas se tornam evidentes, as vulnerabilidades que humanizam enfraquecem sua autoridade. Assim surge o dilema do pai moderno.

O papel tradicional do pai costumava ser o guia no labirinto do mundo, assegurando o bem-estar do filho. Contudo, em uma era de mudanças aceleradas, o pai não pode mais depender exclusivamente de sua competência (não é hora de contar com a orientação do ChatGPT?). Ele perdeu parte de sua autoridade paterna tradicional, transformando-se em um apoio quando o filho tropeça.

Assim, o dilema sugere sua própria resolução: a nova paternidade é enraizada em laços afetivos. A autoridade construída sobre competência agora se baseia no cuidado. Nesse processo, o papel do pai se assemelha cada vez mais ao da mãe.

Consequentemente, o Dia dos Pais celebra aqueles que demonstram preocupação e estão sempre disponíveis para apoiar seus filhos, e não apenas por seu conhecimento ou provisão. A transformação da paternidade, da autoridade à cumplicidade, reforça que a verdadeira homenagem é para aqueles que se importam e acolhem incondicionalmente. Feliz Dia dos Pais a todos que desempenham esse papel com carinho e dedicação!

Foto de Capa: Reprodução/ FreePik

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