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Pesquisa da Uesb explora o uso do forró como forma de ensinar História

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Por: Assessoria de Comunicação – VCA

Todo brasileiro, especialmente nordestino, conhece desde criança os acordes inconfundíveis de “Asa Branca”, forró imortalizado na voz do inesquecível Luiz Gonzaga. Com uma melodia marcante e uma letra rica, a canção se tornou um dos grandes símbolos da cultura brasileira e um dos maiores exemplos de como a música pode ser uma ferramenta pedagógica poderosa. 

É justamente esse poder da música, em especial do forró, que a professora Ênia Figueiredo Novais desenvolveu a pesquisa “Reflexões e possibilidades de uso do forró nordestino no ensino de História”. O estudo foi realizado no Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória) da Uesb. 

Professora da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Itapetinga há 27 anos, Ênia pesquisa um uso estruturado do forró, “por meio de propostas que despertem a reflexão, o questionamento, o convívio social e uma concepção de conhecimento histórico, não como algo pronto e acabado, mas passível de questionamento, pesquisa e descoberta”, explica. 

Como funciona? – Na prática, essas propostas se concretizam na forma de “aulas-oficina”, uma metodologia que coloca o aluno como um dos agentes do próprio conhecimento e proporciona uma experiência coletiva de formação de pensamento histórico. Os encontros contam com exposição do tema, escuta das músicas, discussão com os alunos e elaboração de atividades práticas. Os temas podem variar, indo desde as questões climáticas até a migração e o modo como as mulheres são vistas.

O aspecto prático das oficinas não só permite como incentiva os alunos a adquirirem uma postura ativa durante a aula, abrindo espaço para o diálogo, para as indagações e para a curiosidade. “A educação precisa ser baseada no diálogo. Esse seria o primeiro ponto para se trabalhar música, pois ela gera diálogo, criticidade”, afirma a professora. 

O objetivo não é trabalhar o forró pelo forró, e sim abordar materiais que estejam de acordo com o planejamento pedagógico de cada docente, permitindo que a música seja compreendida como uma crítica a períodos e contextos diferentes, como “letras com acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais”, explica.

Fonte histórica – A metodologia é uma maneira de fazer com que os alunos se interessem pela disciplina. “A música, além de ser uma importante fonte histórica, está diariamente presente na vida de estudantes dos mais diversos níveis”, explica Ênia. 

A pesquisadora ressalta que a música “carrega consigo a história da sua produção, da sociedade em que está inserida e é de grande importância e viabilidade social”. Além disso, pode servir como maneira de aumentar a visão de mundo dos alunos ao “confrontar a História oficial, não contada nos livros didáticos e desprezada no discurso de muitos professores”, completa Ênia. 

Diante de tantas reflexões, a professora chega à conclusão de que as possibilidades de trabalho do gênero são amplas. Como um ritmo genuinamente nordestino, “ele é único e diverso, porque ele é arte, festividade, história e cultura, que se consagrou como ritmo musical e como um estilo de dança”, finaliza a professora.

Foto: Divulgação

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 755